A mis seguidoras españolas, encontre esto en el facebook de L & M Cupcake Designers
y me pareció taaaan bueno que merecia ponerlo aqui. Amigas españolas, den al traductor porque es muy bueno.
Amigas protugesas e brasileiras... vai lá esta crônica muito boa!!!
Poucas coisas neste
mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no
supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida,
suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é um anti-bolo.
Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do
recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo,
quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito). O problema
não é de paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o
mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as
estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de
eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é
dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser
vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o
objetivo de.
Engana-se quem pensa que o bolo é um alimento. Nada
disso. Alimento é carboidrato, é proteína, é vitamina, é o que a gente
come para continuar em pé, para ir trabalhar e pagar as contas. Bolo
não. É uma demonstração de carinho de uma pessoa a outra. É um mimo de
avó. Um acontecimento inesperado que irrompe no meio da tarde,
alardeando seu cheiro do forno para a casa, da casa para a rua e da rua
para o mundo. É o que a gente come só para matar a vontade, para ficar
feliz, é um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos.
A minha geração talvez seja a primeira que pôde crescer e tornar-se
adulto sem saber fritar um bife. O mercado (tanto com m maiúsculo como
minúsculo) nos oferece saladas lavadas, pratos congelados, comida
desidratada, self-services e deliverys. Cortar, refogar, assar e fritar
são verbos pretéritos.
Se você acha que é tudo bem, o problema é
seu. Eu vou espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos
códigos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia, da
liberdade, do que temos de mais profundamente humano. Porque o próximo
passo será privatizar as avós, estatizar a poesia, plastificar o amor,
desidratar o mar e diagramar as nuvens. Tô fora.
(Crônica de Antonio Prata)
Gracias guapa, seguro que nos guata, a mi particularmente ya me he apuntado, hay cosas fantásticas, besiños.
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